O Que É Esg Na Agricultura?

O que é ESG na agricultura?

Nos últimos anos, a ESG se tornou um importante guia para o desenvolvimento sustentável de diversos setores econômicos no Brasil e no mundo, incluindo o agronegócio. Essa sigla tem permitido avanços significativos na governança coorporativa das empresas, de forma ambientalmente correta e socialmente responsável. Mas, o que significa a ESG na agricultura e quais benefícios ela pode trazer para o agricultor e a empresa agrícola?

Para falar sobre esse assunto, o Doutor em Agronomia pela UFRRJ e Diretor da Associação Paulista de Extensão Rural (APAER), Antônio Marchiori, participou do “Encontro com Gigantes – ESG e o Agro”.

O evento foi promovido pela Verde Agritech, empresa que produz os fertilizantes BAKS®, K Forte®, K Forte Boro e Silício Forte, no dia 17 de novembro de 2022.

Por que o ESG é importante para a agricultura?

Criada em 2004, a sigla ESG (environmental, social and corporate governance) corresponde a uma tríade de responsabilidades ambientais, sociais e de governança que uma empresa ou empreendimento deve desenvolver para alcançar o seu desenvolvimento sustentável no mercado.

Para isso, é preciso que a atuação das empreses seja realizada de forma socialmente responsável, ambientalmente correta e sempre buscando o aprimoramento da sua própria gestão.

Essa sigla foi apresentada pela primeira vez em uma publicação pioneira do Banco Mundial em parceria com o Pacto Global da Organização das Nações Unidas (ONU) e instituições financeiras de 9 países, chamada Who Cares Wins (ganha quem se importa). E, desde então, tem sido cada vez mais adotada em diversos setores do mercado, incluindo o agronegócio.

No contexto agrícola, essa tríade de responsabilidades sempre esteve presente na atividade. Entretanto, a falta do conhecimento e particularidades de cada um desses pilares fizeram com que elas se desenvolvessem de forma desequilibrada com o passar do tempo.

Quando olhamos para o pilar ambiental do agronegócio brasileiro, o país já alcançou marcos consideráveis com relação às áreas de preservação ambiental do país.

De acordo com dados apresentados pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), as áreas de preservação de vegetação nativa das propriedades rurais correspondem a quase o dobro da área de todas as unidades de conservação juntas.

Além disso, o doutor em agronomia Antônio Marchiori aponta que as próprias exigências do mercado estão promovendo o maior desenvolvimento sustentável das propriedades rurais:

“A tendência dos alimentos orgânicos, por exemplo, mostra que a sustentabilidade vem cada vez mais entrando não só na agenda das políticas públicas, mas como também nas práticas do nosso dia a dia.”

Ele explicou que além das certificações e exigências internacionais, hoje até mesmo a obtenção de crédito rural tem estimulado o agricultor a adotar cada vez mais práticas agrícolas sustentáveis.

E esse desenvolvimento também tem sido conquistado no pilar social da ESG na agricultura.

Segundo Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), o agronegócio foi o único setor a apresentar mais contratados do que demitidos no ano de 2021 e acumulou mais de 100 mil empregos formais no primeiro semestre desse mesmo ano.

Contudo, apesar dos avanços ambientais e sociais conquistados pelo agro brasileiro nas últimas décadas, o setor ainda apresenta uma grande oportunidade para aumentar o desenvolvimento do seu pilar de governança.

Estudos indicam que ainda existe uma grande discrepância no que se diz a respeito dos níveis de maturidade das empresas e empreendimentos do agro.

É o que apontou a pesquisa Agronegócio: Desafios à Competitividade do Setor no Brasil, realizada pela Associação Brasileira do Agronegócio (Abag) em 2020.

Entretanto, esse cenário tem mudado cada vez mais com a chegada de novas iniciativas e tecnologias no campo.

Quais são as práticas de ESG na agricultura?

Para realizar a adequação da propriedade rural ao ESG, o Dr. Antônio Marchiori aponta que um dos primeiros passos consiste em fazer um bom planejamento da sua propriedade de acordo com o potencial de uso da terra:

“O planejamento pode ser considerado o elemento chave para você otimizar os fatores de produção, porque ele permite que você perceba quais são os seus recursos, qual o potencial da sua terra e qual expertise técnica que você tem para realizar os trabalhos.”

Aliado a isso, o Dr. Antônio Marchiori também destacou que é muito importante que o agricultor olhe para a sua propriedade de forma holística, para integrar e potencializar as relações do seu agroecossistema.

Como exemplo, ele citou o potencial que os sistemas agroflorestais têm para contribuir com a conservação da umidade do solo e a melhoria da infiltração da água no solo, ao mesmo tempo em que criam um microclima mais favorável ao desenvolvimento das culturas.

Outro caso de sucesso já muito utilizado na agricultura é a potencialização das relações entre os microrganismos do solo e as plantas, através da aplicação de produtos biológicos e práticas que favoreçam o desenvolvimento da microbiota do solo.

Segundo Marchiori, os microrganismos do solo já proporcionam hoje uma série de benefícios para os agroecossistemas que potencializam os pilares da ESG na agricultura, como:

“Hoje nós temos um crescimento exponencial do mercado de inoculantes e do uso de microrganismos capazes de aumentar a eficiência dos cultivos agrícolas, como o Bacillus aryabhattai, Bacillus subtilis, Bacillus amyloliquefaciens, os fungos do gênero Trichoderma, dentre outros.”, destacou o Dr. Antônio Marchiori

Por fim, o Dr. Marchiori explicou que também é muito importante que o agricultor sempre trabalhe de forma equilibrada as frações químicas, físicas e biológicas do solo, já que elas terão uma grande influência na construção e manutenção da fertilidade do solo.

Em conclusão, o Dr. Antônio Marchiori apontou que quanto mais o agricultor trabalhar com a cooperação dos elementos do seu agroecossistema, cada vez mais próximo ele estará de alcançar o desenvolvimento sustentável da sua propriedade.

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